“A inflação oficial do Brasil acelerou em fevereiro, atingindo 1,31%, um salto significativo em relação ao 0,16% registrado em janeiro, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O principal fator por trás desse aumento foi o encarecimento das tarifas de energia elétrica residencial, que subiram 16,8%. Com isso, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou a maior variação para o mês de fevereiro desde 2003, quando ficou em 1,57%.
Desempenho da inflação
A taxa de 1,31% não só superou o índice de fevereiro de 2023 (0,83%), mas também se tornou a mais alta para o mês em 22 anos. Em comparação com todos os meses, este foi o maior patamar desde março de 2022, quando a inflação atingiu 1,62%. O resultado está alinhado com as expectativas do mercado e reflete os impactos do aumento nos custos de energia elétrica sobre o orçamento das famílias brasileiras.”
“A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) continua acima do teto da meta pelo quinto mês seguido, ultrapassando o limite de tolerância de 1,5 ponto percentual estabelecido para 2024. Com a meta central fixada em 3%, o CMN (Conselho Monetário Nacional) permite uma variação entre 1,5% e 4,5%. No entanto, a persistência da alta nos preços tem mantido o índice acima desse patamar, pressionando o cenário econômico.
O Banco Central projeta que a inflação permanecerá acima de 4,5% pelo menos até junho. Diante da falta de perspectivas de desaceleração dos preços, a autoridade monetária já admite que precisará se justificar no meio do ano pelo descumprimento da meta. Isso ocorre porque, segundo as regras atuais, o BC é obrigado a apresentar explicações formais sempre que o IPCA supera o teto por seis meses consecutivos. A situação reflete os desafios enfrentados para conter a inflação em meio a um cenário de pressões persistentes sobre os custos.”